Em nova entrevista, Kevin Zegers fala um pouco do filme “The Colony”, que estrelou ao lado de Laurence Fishburne e Bill Paxton.
Há duas décadas no ramo, o ator discute a trajetória de sua carreira, cenas de ação e “The Colony” de Jeff Renfroe.
Kevin Zegers pagou suas dívidas. Na pré-adolescência, houve aquele papel em Air Bud; seus papeis de idas e vindas antes de Gossip Girl, em séries como Arquivo X e House; sem mencionar as participações em vários filmes de terror. Mas, foi em Transamérica que sua atuação realmente chamou a atenção, garantindo o prêmio Chopard Trophy, no Festival de Cannes, que todo ano escolhe duas revelações para premiar. No filme, ele interpreta uma estrela pornô adolescente que descobre que seu pai, na realidade, é transexual. O papel foi definitivo em sua carreira, mas depois de passar por um período afastado dos holofotes, graças a sua batalha contra o alcoolismo – ele está sóbrio há alguns anos – somente agora que Zegers começou a dar prioridade e cumprir o prometido com uma série de trabalhos no cinema.
No ultimo filme de Zegers, “The Colony” de Jeff Renfroe, uma nova era de gelo força a humanidade a viver no subterrâneo, a população do planeta foi reduzida a pequenos grupos de humanos vivendo em pequenas colônias. Briggs (Laurence Fishburne), o líder da colônia, escolhe o voluntário Sam (Zegers) para marchar pelo solo invernoso e investigar uma perturbação na colônia vizinha. Como você já deve ter adivinhado, o pedido de socorro era uma armadilha e armadilhas do típico clássico de filme do gênero – Canibais! Junto a “The Colony”, Zegers recentemente apareceu no primeiro filme da franquia “Os Instrumentos Mortais”, “All the Wrong Reasons” ao lado do falecido Cory Monteith, e trabalhou na produção de “The Curse of Downers Grove”, uma adaptação literária de Bret Easton Ellis.
“The Colony” está em cartaz em alguns cinemas.
Bom dia, Kevin. Parabéns por “Os Instrumentos Mortais”. Ele acabou de sair na Coréia do Sul e ainda tenho que assistir, mas eles estão falando de Caçadores de Sombras aqui.
K: [risadas] Obrigado, cara. Vá assistir!!!
Faz algum tempo desde que filmou “The Colony” e o filme estreou no Canadá em abril. Você se vê olhando pra este filme de forma diferente, refletindo sobre essa experiência daqui um ano ou mais?
K: Para ser honesto, como ator, isso aconteceu uma vez, e tipo, eu nunca vejo o que faço. Eu realmente tento não super analisar tudo. Vi que em Toronto ele foi muito bem recebido, especialmente pelos fãs, que deram apoio e estavam animados sobre isso. Então, no momento em que assisti, tive uma reação muito boa. É esse entendimento que tenho sobre a forma como as pessoas responderam a esse filme.
Qual foi a sua primeira impressão do script e que tipo de conversas você teve com Jeff (Renfroe) a respeito o material?
K: Eu estava filmando outra coisa na Europa quando eles me mandaram o script depois do Natal. Você sabe, nós falamos sobre como nós faríamos o filme visualmente. Eu tive essas ideias para interpretar o Sam menos como herói e mais como um anti-herói. Ele não anda por aí parecendo como um cara que vai salvar o dia. Ele passou por momentos de melancolia. Nós tivemos ideias similares sobre um monte de coisas e ficamos na mesma página desde o começo.
É bem impressionante o que eles foram capazes de fazer com um baixo orçamento de $20 milhões para uma história épica de grande escala como esta. Alguma coisa te surpreendeu quando viu o resultado final? Presumo que houve um pouco tela verde envolvida.
K: Sim, houve um pouco disso. Eu meio que tinha os mesmos questionamentos quando assinei, sobre como nós seriamos capazes de filmar e o que nós faríamos para ver isso. Então, eu estava tão surpreso quanto qualquer outro com o que eles conseguiram fazer na tela. Como você disse, o custo foi algo em torno dos $16 ou $17 milhões de dólares e isso parece como um grande filme. Eu estou muito impressionado com o que Jeff foi capaz de fazer.
É mais fácil trabalhar com a tela verde, atuando com algo que não está lá?
K: Bem, eu acho que depois de algumas vezes trabalhando com isso, você acaba se acostumando. É apenas algo que você aprende como fazer e como lidar, e você apenas segue o fluxo. É certamente algo que fiz antes de “The Colony”. Como não foi a minha primeira vez, você pode descobrir isso muito rapidamente.
Você filmou dentro da base desativada do NORAD (Comando de Defesa Aérea Norte Americano) e eu acredito que este foi o primeiro filme que permitiram gravar lá dentro. Isto é o oposto da tela verde onde você está em um ambiente físico e real.
K: Foi intenso, para dizer o mínimo. Você leva 25 minutos descendo de carro pela base, que fica centenas de metros sob a montanha. E o ar de lá é um pouco mais escasso. É um lugar bem assustador. Você só pode sair para comer ou então no fim do dia de filmagem. As paredes começam fechar um pouco em você. Mas ajudou bastante. Deu uma carga mais pesada a tudo, o que acho ótimo.
Foi legal ver que eles estavam prontos para unir o passado de alguns dos personagens, como quando você agachou do helicóptero, o que nem sempre acontece neste gênero de filme em particular. Isso te ajudou, mesmo que seja num nível puramente subconsciente?
K: Eu acho que qualquer chance que tenha de mergulhar e ir um pouco mais fundo em um personagem é sempre útil. É importante, a audiência começa a investir um pouco mais nos personagens e no mundo em que habitam. Eu acho que isso é especialmente importante quando você está lidando com situações que são fora do comum. A realidade de perder alguém, o sentimento de perda e isolamento – estes são universais, coisas tangíveis que nós todos podemos agarrar e fazer esta conexão.
Você gosta de fazer suas próprias cenas de ação? Qual o seu limite pra isso?
K: Eu acho que uma vez que você tem alguma experiência com seu cinto, você sabe quando algo é necessário e seguro. Eu não acho que ser jogado em uma parede quando a câmera está há 20 metros de distância, seja algo que deva ser exigido de um ator (risadas). Em filmes assim, onde você vê seu rosto claramente batendo nas coisas, são coisas a se considerar, desde que faça de um modo seguro. Eu sempre fui a favor de fazer eu mesmo, se for uma forma de vender o filme, porque sempre parece melhor. Enquanto você estiver em forma e souber como bater ou ser jogado por aí, é realmente muito divertido.
Laurence Fishburne, Bill Paxton e você já tiveram sua quota em filmes de ação. Isso torna o trabalho um pouco mais fácil no set?
K: Bem, eu não acho que isso seja exclusivo de filmes de ação. Quando você trabalha com pessoas que tem muita experiência atuando em todos os gêneros, há uma promessa de que todos sabem o que estão fazendo e há um sistema de apoio no local. Não há nada de dar as mãos ou qualquer outro tipo de coisas que às vezes passa. (risadas) É um presente trabalhar com pessoas que tem mais experiência que você, e ainda te apoiam. Sou muito grato por poder ficar tão perto do Laurence e do Bill. Eu realmente consegui me aproximar deles com mais facilidade do que com pessoas que já trabalhei no passado.
Você atua desde os seis anos de idade. Você tem algum preconceito quando se trata do tipo de material que você vai pegar nesses dias?
K: Eu acho que algumas pessoas analisam isso um pouco demais. Eu não quero soar clichê, mas eu tento dar o melhor de mim nas coisas. Eu acho que as pessoas têm essa suposição de que há uma tonelada de planejamentos envolvidos. Quando as coisas estão indo realmente bem, você começa a receber as melhores ofertas de trabalho e a trabalhar com as melhores pessoas. Com algo como Os Instrumentos Mortais, você pode traduzir isso para um perfil mais elevado, projetos de estúdio. Sobretudo, a coisa que eu sempre procuro é algo que vai me desafiar como ator e como pessoa. Eu apenas gosto de trabalhar. Quando alguém me oferece algo bom e eu sinto que posso fazer, eu estou dentro.
Fonte: Anthem Magazine.