Jemima West deu uma nova entrevista, onde falou um pouco sobre a série Maison Close e da sua personagem no filme “Cidade dos Ossos”. Confiram!
A prostituição esteve rondando por aí em todos os séculos e foi retratada das mais variadas formas, desde a pintura à escrita. Você fez algum tipo de pesquisa quando conseguiu o papel?
Jemima: Quando entrei, eu li alguns livros sobre o contexto histórico, mas a minha personagem começa como uma jovem garota inocente sobre a prostituição e eu preferi não pesquisar isso a fundo e ser levada pelo que eu sentia no set.
Entretanto, eu visitei museus para ter uma noção daquele ambiente de época, das mulheres, da cidade, das pessoas, das suas atitudes e atmosferas gerais.Assistir um personagem evoluir, traz à sua cabeça imagens como as das “filles de joie” (prostitutas) encontradas nos trabalhos de autores famosos (a Fantine de Victor Hugo em “Os Miseráveis” ou a Nana de Zola na saga “Rougon-Mcquart”) ou de mulheres rais como Blanche D’antigny ou Hortense Schneider. Então, onde poderíamos encaixar a Rose nesse meio?
J: Suponho que você pode compará-la a várias figuras literárias, mas graças aos autores que foram capazes de desenvolvê-la em duas temporadas e eu acho que ela se tornou uma mistura de todos esses personagens. Eu sempre digo que a jornada da Rose é mais do que apenas uma iniciação, ela vai de uma jovem frágil e inocente para associar-se a cafetina, e então tem uma nova jornada na segunda temporada com política, amor…
Você considera [a série] o retrato fiel da vida de uma prostituta durante a terceira república na França?
J: Eu queria poder dizer que sim ou não, mas eu nunca fui uma prostituta desse tempo. Eu sei que nossos autores fizeram uma pesquisa para manter o contexto o mais próximo possível. Entretanto, o mais importante de se mostrar era o Bordel: o Paradis, que estava acima de todos, era o mais prestigiado. E não havia nenhum bordel ao redor. Isso é interessante também, porque na segunda temporada a chegada das “rebeldes” no Paradis (as prostitutas de rua) realmente fez as garotas confrontarem a realidade, sua própria realidade. Elas não tão más, considerando alguns outros…
A França do Século XIX é considerada a era de ouro para a prostituição (até o seu término em 1946, com a lei de Marthe Richard). Você acha que a série segue a história de uma forma que dará aos telespectadores uma visão diferente sobre os bordeis?
J: Eu acho que isso definitivamente dará aos telespectadores uma visão sobre a prostituição. Contudo, não necessariamente os ensinará de um jeito acadêmico sobre a história do período, mas dará a eles um ponto de vista romantizado e ricamente narrado, mas oferece uma amostra da prostituição da época, com as garotas, seus relacionamentos com os clientes, a cafetina, o contexto político e histórico.
Você pode contar brevemente sobre a história da sua personagem na primeira temporada?
J: Rose chega no Paradis procurando por sua mãe, acreditando que ela seria uma prostituta lá. Ela entra lá junto a um homem que promete ajudá-la, mas acaba por enganá-la. Ela decide lutar pra sair dali, mas a saída é mais árdua que se esperava…
Agora na segunda temporada, podemos ver você estabelecida no “Paradis”. Você está feliz com a evolução da Rose?
J: Muito feliz. Na segunda temporada, Rose é uma jovem mulher independente, lutando por valores e confrontando seus próprios desejos e contradições.
Seria justo dizer que o “Paradis” segue a história do “Chabanais”, um dos bordeis mais famosos da “Belle Epoque”?
J: Seria justo dizer que foi inspirado.
A Terceira temporada está em processo? Você teria algum pequeno trecho para aguçar a nossa curiosidade?
J: Infelizmente, não. Duas temporadas é tudo o que o Paradis terá.
O que você está fazendo agora? Como vai o negócio de caçadora de demônios?
J: Eu vou retomar o negócio de caçadora de demônios no final de Setembro. O primeiro filme “Cidade dos Ossos”, acabou de ser lançado. Até então, estou interpretando a filha de Gerard Depardieu no próximo filme de Frederic Auburtin que conta a historia da FIFA. É muito animador!
Fonte: Sonic Shocks.