Dia dos Pais está aí e aqui estou, pronto para mais uma coluna especial, porque não tenho mais o que fazer da vida além de olhar para a Clarissa em todos os benditos trailers de Cidade dos Ossos e explicar para ela o que é um mundano. Aparentemente a Clary tem problemas para entender as coisas de primeira (e olha que o loiro sou eu), então vamos relevar isso e não zombar da ruiva.
Antes de mais nada, vamos fazer uma retrospectiva a respeito dos meus quatro pais – sim, por falta de um, o Jace aqui tem quatro – e lembrar como cada um deles contribuiu para a formação do meu caráter e a minha crise eterna de identidade.
[Atenção: contém muitos spoilers]
Meu tempo é precioso demais para perder com vocês, mundanos, então vamos logo começar a retrospectiva paterna e lembrar a razão de eu querer ser um adolescente problemático que lida com seus demônios internos:
– Michael Wayland, o verdadeiro. Não há muito que falar dele, porque apenas o conheço de nome. O cara em questão já morreu e eu nunca vi as focinhas dele, apesar de acreditar fielmente que era meu pai.
– Michael Wayland, o usurpador/Valentine Morgenstern. O cara que me criou desde bebê, me deu um falcão para treinar e matou meu bicho. Também é o cara que me deixou lavar as partes com macarrão e me ensinou que Amar é Destruir. O cara que me largou no Instituto depois de morrer e depois voltou com tudo, trabalhado na poker face e na maldade, para me dar a notícia de que seu nome não era Michael Wayland e sim Valentine Morgenstern. O cara que, meio tarde, veio dizer que também era pai da Clarissa e me fez rezar 50 vezes para Raziel, implorando perdão por praticar incesto. O cara que me abraçou quando morri e foi morto por Raziel, o anjo que em seguida me trouxe de volta do caminho da luz.
– Robert Lightwood, o pai adotivo. O cara que me pegou já meio crescido, aceitou me criar e me colocou para viver com seus filhos, Alec, Isabelle e Max. Ainda está vivo, pois Cassandra Clare ainda não terminou de escrever Cidade do Fogo Celestial e eu não sou vidente para saber o que a minha criadora vai fazer com nossas vidas.
– Stephen Herondale, o pai biológico. Esse aqui é o cara responsável por estar inspirado no dia da fornicação com mamãe Celine e, graças a isso, fabricar o shadowhunter mais lindo da minha geração, ou seja, eu. Também está morto e eu não tive o prazer de conhecê-lo, mas foi graças à descoberta de que ele era meu pai, que pude ficar em paz com a Clary, sem aquele peso na consciência de que desejar o corpo da irmã é pecado.
Com essa pequena retrospectiva, podemos perceber o seguinte: todo mundo que é meu pai acaba morrendo e se eu fosse o Robert, daria o fora antes que seja tarde demais.
E com essa retrospectiva também podemos perceber que se eu fosse mundano e esses caras todos estivessem vivos, provavelmente iria ter que cobrar para as meninas tocarem na minha manga, porque só assim conseguiria pagar os presentes. Essa coisa de parcelar em 36x sem juros nas Casas Bahia só dá certo em Dia das Mães, porque só tenho duas e a dívida é menor.
Minha situação é tão tensa, que se algum dia eu for pai e a criança perguntar quem era o avô, terei que respirar fundo e torcer para que ele ou ela não surte no meio da coisa, achando que os pais são mesmo irmãos. Na real, eu acho que se algum dia tiver um casal de filhos, vou pular a parte em que assumo ter sido apaixonado pela Clary, mesmo sabendo que era irmã. Vai que isso influência o comportamento deles? Nunca se sabe o que pode acontecer. Acho que tenho mais pânico de explicar quem foram os avôs, do que explicar como eles foram feitos e de onde vieram.
Enfim, o negócio é que hoje é Dia dos Pais e eu ainda tenho medo da Cassie me arrumar outra figura paterna em Cidade do Fogo Celestial. #Medo #CriseExistencial #MangaTraumatizada
Feliz dia dos Pais!
Até a próxima.
Jace Wayland.