Por Stefs Lima
Estou em contagem regressiva para descobrir quem é o assassino e desesperada para que não seja o mesmo de Broadchurch. Digo isso porque estou com um péssimo pressentimento e não o compartilharei porque é um grande spoiler. Este episódio me fez feliz por focar no freak Paul, que só me deu mais motivos para desconfiar. Não sei de onde isso vem, pois, na versão britânica, o respectivo personagem não era tão esquisito. Fatos reais!
Com o curto espaço de tempo para terminar a 1ª temporada, é bem provável que as coisas em Gracepoint transcorram depressa. Quase na reta final, a trama já pisou no acelerador ao colocar Paul e Susan ao mesmo tempo atrás da mesa de interrogatório. Outra parte boa é que Tom retornou, mas isso não calou meu desejo de puxar as orelhas dele.
Tom não demorou a ser encontrado e foi o degrau para que Paul ganhasse foco. Depois de uma bela averiguação, o background do padre mostrou que sua estadia em Gracepoint foi impulsionada por motivos semelhantes aos de outros moradores. O passado nada bacana o fez ir atrás de um refúgio que antes da morte de Danny era ideal. O cara me sai como um viciado em comprimidos, alcoólatra, com um aparente problema de temperamento e uma obsessão claríssima por Beth. Matar o menino seria um meio de se vingar de Mark. Uma bela motivação.
Por se achar o muro da cidade, Paul bem que tentou se defender das indiretas de Carver, mas foi açoitado. O personagem não me inspira confiança e muito me preocupa a ausência de álibi. Em uma cidade como essa, em que todo mundo sabe de todo mundo, duvido que ninguém o tenha visto na noite do incidente. Até parece que um teste de DNA dirá alguma coisa, pois gente doida como Paul sabe trabalhar sem deixar rastros. Bem… Se ele for o culpado, claro.
Quem não conseguiu se esconder mais foi Susan, outra que também encontrou em Gracepoint a oportunidade de recomeçar. Embora tenha sido arrastada para a delegacia por Carver e Ellie, o que ficou em aberto nesse plot foi o problema que a personagem possui com Vince, ao ponto de ser ameaçada de morte. E, claro, a identidade. É cruel dizer isso, mas rachei de rir do desespero dela pelo cachorro. Ri mais ainda da atitude do Carver em exigir que o encontrassem, pois só assim para Susan abrir a matraca. Comentei em algumas resenhas que essa senhora não me dá medo, porém, esse sentimento me abordou na hora em que ela surge e entrega o skate para Tom. Para deixar a cena digna de filme de terror, só faltou ser noite.
Lars foi liberado e tenho a leve impressão de que o personagem retornará. Ellie não gostou nem um pouco dessa facilidade, um insight da famosa intuição feminina. Para minha tristeza, a detetive não ganhou tanta atenção no episódio, mas acarretou momentos preciosos. Morri de rir quando Carver a chama pelo nome e, mais tarde, ela o chama de Emmett e recebe a típica sapatada. Gente, quero que esses dois se casem. Ambos se merecem.
Por outro lado, Carver ganhou mais atenção por causa da doença. No interrogatório com Lars, achei que o detetive teria um piripaque ali mesmo. Vi muito Bartô Crouch Jr. no Tennant nessa cena, juro. Especialmente a levantadinha de sobrancelha. O personagem está sim no limite da razão e, se Beth chegar a confrontá-lo por saber que ele não solucionou o caso em Rosemont, é fato que a pressão o dominará por completo. Dessa vez, Carver teve que se esforçar mais que o permitido e capotou durante uma perseguição extremamente preciosa.
Sinto cheiro de consequências, pois, em outras palavras, ele perdeu uma evidência de outro caso importante, o possível assassino ou cúmplice da morte de Danny. Claro que Carver será cobrado, pois não foi aos pés de Gemma que ele caiu dessa vez, mas de Ellie. É fácil imaginar que, mesmo na cama de hospital, ele não dará o braço a torcer e dará um jeito de concluir a investigação. Carver quer redenção, nem que tenha que morrer tentando… Literalmente!
Carver também sapateou durante o interrogatório do Paul, totalmente assertivo e intrusivo. Acho graça das expressões da Ellie que bem tenta segurar a onda do parceiro, mas recebe uma patada de graça. Mas pirei quando ela manda o detetive calar a boca. Casamento, cadê?
Por mais que Paul tenha ficado no centro das atenções, Tom foi a real estrela desse episódio. A primeira coisa que pensei assim que Carver o interrogou foi no HD, aquele que ele fez questão de apagar antes da investigação começar. Que menino mais mentiroso, hein? Não sei vocês, mas não acreditei em nada do que ele disse. Esse papo de rastrear Lars para “tirar satisfação” não colou. Ele está claramente apavorado e esse medo aumentou ao ponto dele tomar uma medida individual de destruir o próprio notebook. Acho que nem preciso dizer que a aparição do Paul foi conveniente e assustadora, né? Senti até que menino Tom estava mais receoso com a presença do padre ao invés de ser pego na botija. Ai tem!
Tenho que dizer que os Solano estavam lindos de doer o coração. Não vou com a cara da Chloe, mas até ela me fez feliz. Totalmente compreensível a personagem não querer mais ser vista como a irmã do garoto que morreu. Não deve ser nada fácil voltar à rotina e, de quebra, aguentar olhadelas e sussurros na escola, lugar que qualquer adolescente se sente pressionado. Adorei a compressão entre Beth e Mark também. A discussão diante de Dean rendeu um momento gracioso entre a família e, no fim, a aceitação da gravidez. Foi mágico!
E a cara de pau da Renee, gente? Isso foi bom para mostrar que, ao mesmo tempo em que a comunidade consegue ser dócil, todos conseguem se defender e se fecham contra cobras. Sensacional os quiques dados pela Kathy e pela Gemma.
Chamem o Datena porque está claro que o computador do Tom é a evidência crucial. Está na cara! Até porque Carver e Ellie estão no ritmo de unir e compreender as últimas provas ainda sem assassino, no caso o barco – que confirmou o DNA de Danny – e o skate que Susan entregou em um súbito momento de loucura. Ainda faltam os cigarros.
A trama trouxe os mais variados sentimentos e empurrou todo mundo para a beira do penhasco. Alguns se libertaram, outros nem tanto. Só acho que as coisas serão intensas no próximo episódio e estou apavorada.
PS: queria estar morta com o Ziggy, digo, o Owen cuidando do priminho.