– Por Stefs Lima
Esta semana não só marca o retorno de muitas séries televisivas, como a chance de conferir mais um trabalho do nosso querido Kevin Zegers. No caso, Gracepoint. Ziggy será o jornalista Owen Burke nesse remake inspirado na série britânica Broadchurch.
Sendo assim, nada como um aquecimento para essa série que terá os episódios resenhados aqui no Lightwoods Brasil. Todos prontos?
Do que se trata Gracepoint?
Como foi mencionado no 1º parágrafo, Gracepoint é um remake americano da série policial Broadchurch, criação britânica assinada por Chris Chibnall, transmitida no ano passado pela BBC America. A premissa será a mesma: descobrir quem foi responsável pela morte de Danny Latimer.
Gracepoint será transmitida pelo canal FOX e o maior desafio dela é preservar a genialidade de Broadchurch. Muitas críticas acompanharam a produção da versão americana, pois, na mente de muitos, até da minha, não fazia sentido regravar a mesma história fora da Terra da Rainha. Inclusive, o incômodo foi unânime por causa da presença de David Tennant no mesmo papel, com a diferença de que não terá o mesmo nome.
Na época do burburinho, Carolyn Bernstein, uma das produtoras de Gracepoint, afirmou que manteria o ponto de partida que Chibnall deu em Broadchurch por ser genial e inteligente. Quando a primeira promo da série saiu, mais críticas vieram, pois a trama abre igual ao da versão britânica. Bernstein acalmou os ânimos ao dizer que os dois primeiros episódios de Gracepoint remeterão à Broadchurch e que as diferenças começarão a ser sentidas do 3º em diante, especialmente porque outros personagens serão explorados.
Dentre as prometidas diferenças, a mais evidente é no quesito cultural. Tennant teve que abolir o sotaque escocês, só para vocês terem ideia. A ambientação também é diferente, pois Gracepoint se desenrolará no norte da Califórnia. No total, serão 10 episódios contra os 8 de Broadchurch, uma tentativa dos produtores em destrinchar o novo viés da história, trabalhar um pouco mais a apresentação de cada personagem e brincar com os suspeitos.
Quem será o nosso Ziggy?
Ele será Owen Burke, sobrinho da Detetive Ellie, um jornalista em busca de ascensão que dá de cara não só com a necessidade de cobrir um homicídio, como também um furo de reportagem que envolve o Detetive Carver. Por ter assistido Broadchurch, é bem provável que o personagem percorrerá o caminho sensacionalista como o doppelganger britânico.
Um dos pontos altos de Broadchurch é que a figura do jornalista é bem no estilo Datena, aquele que cobre o fato sem respeitar os sentimentos dos outros. Pouco se falou sobre o personagem do Kevin, mas, imaginando o que rolou na série britânica, esperem um cara intrometido (opa!) e insolente.
Quais as reais diferenças com Broadchurch?
Broadchurch tem como ponto de partida o suposto suicídio de Danny Latimer. O corpo, encontrado na praia, traz Alec (David Tennant, que não tem esse nome em Gracepoint) para o centro desse caso que começa a trincar os elos de confiança da cidade (de mesmo nome da série). De amigos em uma vizinhança minúscula, todos viram suspeitos. Quando essa situação passa para o nível de homicídio, a população desconfia até do padeiro. Assim, o detetive não mede esforços para encontrar o culpado na companhia de Ellie, outra investigadora que sabe tudo de Broadchurch e, por causa disso, se vê na corda bamba por ter que questionar aqueles que, em tese, conhece com as palmas das mãos.
Gracepoint seguirá por esse mesmo caminho, sendo que alguns personagens terão outros nomes. Infeliz ou felizmente, as diferenças só serão captadas ao assisti-la e, claro, depois de conferir Broadchurch. Até então, a promessa é a mudança do assassino, o que pode ser garantia de surpresas. Porém, o raciocínio investigativo aparenta ser o mesmo.
Uma das ordens que o remake de Gracepoint recebeu do criador original foi a preservação de como funciona o desenrolar da trama. De fato, o que faz Broadchurch tão envolvente são as passagens de tempo extremamente dramáticas e o tempo cinzento que combina perfeitamente com o peso da culpa e da perda. Sem contar que há intensidade nas atuações, há paranoia e há mentiras deslavadas umas atrás das outras. Gracepoint precisa seguir essa fórmula, como também ter dinamismo para não entregar o assassino logo de cara. Broadchurch segurou a identidade dessa pessoa até o fim, se apoiando em muitos revezes que, se Gracepoint aderiu, tem grande chance de trazer uma conclusão tão impactante quanto da versão britânica.
Broadchurch é muito bem escrita. Foi aclamada e ganhou diversos prêmios. Não é à toa que a 2ª temporada está em fase de produção. Eu sou suspeita para falar, pois amo o gênero. Se Gracepoint tiver a mesma qualidade da versão original, tenham certeza que a margem de decepção é nula. Por ser uma série compacta, com 10 episódios, há garantias de gratas surpresas. Se não houver, é fato que o Tennant segurará as pontas.
Haverá o duelo comparativo entre o original e a “imitação”, mas, por agora, isso é mero detalhe.
Gracepoint irá ao ar no dia 2 de outubro. Vamos prestigiar o nosso Ale… – Owen <3